A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga desvios e fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem sido palco de intensas movimentações políticas.
Após uma derrota inicial na definição do controle da comissão, o governo realizou sete trocas na composição de seus membros, enquanto a oposição também promoveu quatro alterações, visando fortalecer suas posições na investigação
As mudanças na base governista, lideradas pelo deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), buscam reverter o cenário desfavorável e garantir maior influência nos rumos da CPMI.
Com as alterações, o Partido dos Trabalhadores (PT) pode ampliar sua representatividade na comissão, passando de cinco para até sete membros.
Entre as principais substituições, destaca-se a entrada do deputado Ricardo Maia (MDB-BA) no lugar de Rafael Brito (MDB-AL), que estava ausente em congresso no exterior durante a instalação da CPMI.
No Senado, o bloco do senador Omar Aziz (PSD-AM), inicialmente cotado para presidir a CPMI, também passou por modificações.
Embora Aziz permaneça, senadores como Eliziane Gama (PSD-MA) e Cid Gomes (PDT-CE) foram substituídos por Jussara Lima (PSD-PI) e Teresa Leitão (PT-PE) na titularidade.
O PT ainda indicou o senador Paulo Paim (PT-RS) como suplente, reforçando sua bancada na comissão
Oposição também se movimenta
A oposição, por sua vez, não ficou parada. Na Câmara dos Deputados, o deputado Julio Arcoverde (PP-PI) trocou de lugar com o delegado Fábio Costa (PP-AL).
O Republicanos, alinhado ao governo, indicou o deputado de oposição Silas Câmara (Republicanos-AM), e o Solidariedade substituiu Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), conhecido opositor do presidente Lula [1].
Mesmo com a derrota na disputa pelo comando da CPI, o governo obteve uma vitória política com a eleição do deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), aliado do governo, para a vice-presidência da comissão, com apoio da oposição.
Duarte Jr. enfatizou o foco da CPMI nos aposentados: “Temos um lado: o lado dos aposentados. Vamos nos dedicar ao máximo para garantir que esses aposentados tenham os valores, que foram roubados, devolvidos“, declarou.
Primeiros passos da investigação
A CPMI já iniciou a coleta de depoimentos e a análise de requerimentos. Entre os primeiros a serem ouvidos estão a coordenadora da Câmara de Coordenação e Revisão Previdenciária da Defensoria Pública da União, Patrícia Bettin Chaves, e o delegado da Polícia Federal Bruno Oliveira Pereira Bergamaschi, responsável por apurações de fraudes no INSS.
A comissão também convocou dez ex-presidentes do INSS, incluindo Alessandro Stefanutto, afastado do cargo após operação da PF que revelou esquema de desvios em aposentadorias e pensões. Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado como facilitador do esquema, também foi convocado a depor.









