A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) de 2024, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela um cenário paradoxal no Brasil: enquanto as condições de moradia melhoram, com mais acesso a saneamento básico e energia elétrica, a população brasileira se torna cada vez mais dependente do aluguel.
Os dados apontam para uma mudança significativa na estrutura habitacional do país.
Crescimento dos Lares Unipessoais e Aluguéis
Um dos destaques da pesquisa é o aumento do número de lares unipessoais, ou seja, pessoas que moram sozinhas. Esse fenômeno, combinado com a migração para centros urbanos, tem impulsionado a demanda por aluguéis.
O IBGE aponta que o aluguel já representa quase um quarto dos domicílios brasileiros, e a porcentagem de casas próprias tem diminuído.
Essa tendência reflete as dificuldades de acesso à moradia própria, especialmente para as novas gerações.
Desafios e Desigualdades Regionais
Apesar da melhora geral nas condições de moradia, a pesquisa também evidencia desafios e desigualdades regionais.
Dez estados brasileiros ainda possuem menos da metade dos domicílios com acesso adequado a saneamento básico e esgoto, o que ressalta a necessidade de investimentos em infraestrutura.
A PNADC 2024 exclui pessoas com deficiência e acessibilidade, o que pode subestimar a real situação de vulnerabilidade de parte da população.
Impacto Social e Econômico
A crescente dependência do aluguel tem um impacto social e econômico significativo. Para muitas famílias, o custo do aluguel consome uma parcela considerável da renda, limitando o acesso a outros bens e serviços essenciais.
Além disso, a instabilidade do mercado de aluguéis pode gerar insegurança habitacional. O IBGE continuará a monitorar esses indicadores para fornecer subsídios para políticas públicas na área de habitação.









